Gilberto Gil

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Gilberto Passos Gil Moreira (Salvador[1] , 26 de junho de 1942) é um músico e político brasileiro.

Primeiros anos

Gil nasceu no bairro do Tororó, em Salvador. Seu pai, o médico José Gil Moreira e sua mãe Claudina, em busca de uma vida melhor, mudam do bairro pobre da capital baiana para o interior do Estado[2], em Ituaçu, à época um lugarejo com cerca de oitocentos habitantes. Ali Gil passou os primeiros oito anos de vida. Deste período o artista registra a influência das músicas ouvidas, sobretudo no rádio[2]:

...os meus primeiros momentos de ouvir música, tudo se passou numa época em que Luiz Gonzaga, principalmente lá no Nordeste, onde eu vivia, lá na caatinga, era praticamente o canto mesmo da região...

Com oito anos volta para Salvador, onde estuda no Colégio Maristas, e freqüenta uma academia de acordeon. Quando estava no secundário, recebeu da mãe um violão e conhece o trabalho de João Gilberto, que lhe influencia de imediato.[2]

Nos tempos de faculdade de Administração, Gil conhece Caetano Veloso, sua irmã Bethânia, Gal Costa e Tom Zé. Realizam a primeira apresentação na inauguração do Teatro Vila Velha em junho de 1964 - com o show "Nós, Por Exemplo"[2].

Formou-se em 1965 e muda-se com a esposa Belina para São Paulo

Carreira

Formado em administração de empresas, seu primeiro emprego em São Paulo foi na Gessy Lever. Nos anos 1970, Gil acrescentou elementos novos da música africana, norte-americana e jamaicana (reggae), ao já vasto repertório, e continuou lançando álbuns como Realce e Refazenda. João Gilberto gravou a canção Eu Vim Da Bahia, de Gil, no clássico LP João Gilberto.

Anos 1960 e 1970

Em fins de 1968, Gil e Caetano Veloso, cuja importância no Brasil era, e é, de certa forma comparável à de John Lennon e Paul McCartney no mundo anglófono, foram presos pelo regime militar brasileiro instaurado após 1964 devido a supostas atividades subversivas, de que foram taxados. Ambos exilaram-se por ocasião do AI-5 (Ato Institucional 5) do governo militar em vigência no Brasil a partir de 1969 em Londres.[3]

Nos anos 1970 iniciou uma turnê pelos Estados Unidos e gravou um álbum em inglês. De volta ao Brasil, em 1975 Gil grava Refazenda, um dos mais importantes trabalhos que, ao lado de Refavela, gravado após uma viagem ao continente africano, e Realce, formariam uma trilogia RE. Refavela traria a canção Sandra, onde, de forma metafórica, Gil falaria sobre a experiência de ter sido preso por porte de drogas durante um excursão ao sul do país e ter sido condenado à permanência em manicômio judiciário, ou conforme denominação eufemística, casa de custódia e tratamento, entretanto designada por Gil como hospício.

Fechamento da trilogia, Realce causaria certa polêmica quando alguns considerariam a canção título como uma ode ao uso de cocaína, isto talvez explicitado pelos versos: realce, quanto mais purpurina melhor.

Ao lado dos colegas Caetano Veloso e Gal Costa, lançou o disco Doces Bárbaros, do grupo batizado com o mesmo nome e idealizado por Maria Bethânia, que era um dos vocais da banda. O disco é considerado uma obra-prima; apesar disto, na época do lançamento (1976) foi duramente criticado. Doces Bárbaros foi tema de filme, DVD e enredo da escola de samba GRES Estação Primeira de Mangueira em 1994, com o enredo Atrás da verde-e-rosa só não vai quem já morreu, puxadores de trio elétrico no carnaval de Salvador, apresentaram-se na praia de Copacabana e para a Rainha da Inglaterra. O quarteto Doces Bárbaros era uma típica banda hippie dos anos 1970.

Inicialmente o disco seria gravado em estúdio, mas por sugestão de Gal e Bethânia, foi o espetáculo que ficou registrado em disco, sendo quatro daquelas canções gravadas pouco tempo antes no compacto duplo de estúdio, com as canções Esotérico, Chuckberry fields forever, São João Xangô Menino e O seu amor, todas gravações raras.

Anos 1980

Gil em uma apresentação

Trabalhou com Jimmy Cliff com quem fez, em 1980, uma excursão, pouco depois de ter feito uma versão em português de No Woman, No Cry (em português, Não chores mais) sucesso de Bob Marley & The Wailers que foi um grande sucesso, trazendo a influência musical do reggae para o Brasil.

Originalmente idealizado para a montagem do ballet teatro do Balé Teatro Guaíra (Curitiba, 1982), o espetáculo O Grande Circo Místico foi lançado em 1983. Gil integrou o grupo seleto de intérpretes que viajou o país durante dois anos com o projeto, um dos maiores e mais completos espetáculos teatrais já apresentados, para uma platéia de mais de duzentas mil pessoas. Gil interpretou a canção Sobre todas as coisas composta pela dupla Chico Buarque e Edu Lobo. O espetáculo conta a história de amor entre um aristocrata e uma acrobata e da saga da grande família austríaca proprietária do Grande Circo Knie, que vagava pelo mundo nas primeiras décadas do século.

Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura, cantou no coro da versão brasileira de We Are the World, o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto Nordeste Já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções Chega de Mágoa e Seca d´Água; é de Gil a autoria da composição de Chega de Mágoa. Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro.

Dentre as inúmeras composições consagradas pelo próprio Gil e na voz de outros intérpretes, estão: Procissão, Estrela, Vamos Fugir, Aquele Abraço, A Paz, Sítio do Pica-Pau Amarelo, Esperando na Janela, Domingo no Parque, Drão, No Woman no Cry, Só Chamei Porque te Amo, Não chores mais [Woman no cry], Andar com Fé, Se Eu Quiser Falar Com Deus, Divino maravilhoso, A linha e o linho, Com medo com Pedro, Objeto sim objeto não, Three Little Birds, Ela, Pela Internet, A Novidade, Morena, A Raça Humana, Palco, Realce, Divino maravilhoso, e outras.

Compôs para dezenas de artistas, como Elis Regina, Simone, Maria Bethânia, Gal Costa, Zizi Possi, Daniela Mercury, Carla Visi e Ivete Sangalo.


Política

Gil na Política.

Em 1989, mesmo gravando, fazendo espetáculos e se envolvendo em causas sociais, elegeu-se vereador em Salvador, sua cidade natal, pelo Partido Verde (PV).

Em janeiro de 2003, quando o presidente Luís Inácio Lula da Silva tomou posse, nomeou-o para o cargo de ministro da Cultura, nomeação que originou severas críticas de personalidades como Paulo Autran[4] e Marco Nanini[5] em entrevistas à Folha de São Paulo.

Entretanto, permaneceu no cargo de ministro por cinco anos e meio. Deixou o ministério em 30 de julho de 2008 para voltar a dedicar-se com maior exclusividade à sua vida artística[6]. Em 28 de agosto participou da solenidade de posse oficial de seu sucessor no ministério, Juca Ferreira[7].

Ele teve uma recaída e quer voltar a ser um grande artista. Gil não é imprescindível apenas para a política.


Cargos


Algumas composições

  • Amor até o Fim, (1966)
  • Aquele Abraço, (1969)
  • Barato Total, (1974)
  • Cálice (com Chico Buarque), (1973)
  • Divino Maravilhoso (com Caetano Veloso)
  • Domingo no Parque (1967)
  • Eu Vim da Bahia (1966)
  • Expresso 2222 (1972)
  • Geléia Geral (com Torquato Neto), (1968)
  • Meio-de-Campo (1973)
  • Oriente (1972)
  • Procissão (1965)
  • Se Eu Quiser Falar com Deus
  • Soy Loco Por Ti America (com Capinam e Torquato Neto) (1967)
  • Toda Menina Baiana
  • Vamos Fugir

Prêmios


Discografia

  • 1967 Louvação
  • 1968 Gilberto Gil
  • 1969 Gilberto Gil
  • 1970 Copacabana Mon Amour
  • 1971 Gilberto Gil (Nega)
  • 1972 Barra 69 - Caetano e Gil Ao Vivo na Bahia
  • 1972 Expresso 2222
  • 1974 Gilberto Gil Ao Vivo
  • 1975 Refazenda
  • 1975 Gil & Jorge - Ogum - Xangô
  • 1977 Refavela
  • 1978 Gilberto Gil Ao Vivo Em Montreux
  • 1978 Refestança
  • 1979 Nightingale
  • 1979 Realce
  • 1981 Brasil
  • 1981 Luar (A Gente Precisa Ver o Luar)
  • 1981 Um Banda Um
  • 1983 Extra [WEA Latina]
  • 1984 Quilombo (Trilha Sonora)
  • 1984 Raça Humana
  • 1985 Dia Dorim Noite Neon
  • 1987 Gilberto Gil Em Concerto
  • 1987 Trem Para As Estrelas (Trilha Sonora)
  • 1988 Ao Vivo Em Tóquio (Live in Tokyo)
  • 1989 O Eterno Deus Mu Dança
  • 1991 Parabolicamará
  • 1994 Acoustic
  • 1995 Esoterico: Live in USA 1994
  • 1995 Oriente: Live in Tokyo
  • 1996 Em Concerto
  • 1996 Luar
  • 1997 Indigo Blue
  • 1997 Quanta
  • 1998 Ao Vivo Em Tóquio (Live in Tokyo) [Braziloid]
  • 1998 O Sol de Oslo
  • 1998 O Viramundo (Ao Vivo)
  • 1998 Quanta Gente Veio Ver
  • 1998 Ensaio Geral (caixa com gravações de 1967 a 1977)
  • 2000 Me, You, Them [Brazil]
  • 2001 Milton e Gil
  • 2001 São João Vivo
  • 2002 Kaya N'Gan Daya
  • 2002 Quanta Live [Brazil]
  • 2002 Z: 300 Anos de Zumbi
  • 2004 Eletrácustico
  • 2005 Ao Vivo
  • 2005 As Canções de Eu, Tu, Eles
  • 2005 Soul of Brazil
  • 2006 Gil Luminoso
  • 2006 Rhythms of Bahia
  • 2008 Banda Larga Cordel



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